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💡Você Está Se Motivando
Ou Se Comparando?

Quantas vezes você já se sentiu “inspirado” por alguém… e segundos depois veio aquela sensação de inadequação? A comparação é sutil. Começa com admiração, mas logo vira autocrítica. Você se vê desejando o que o outro tem, cobrando-se para “chegar lá” — mesmo sem saber se “lá” é o lugar que seu coração realmente quer.
Vivemos num tempo em que a performance virou sinônimo de valor. Redes sociais, timelines, discursos motivacionais com frases prontas. Tudo parece gritar: “Dá pra fazer mais! Dá pra ser melhor!”. Mas… será que isso é motivação de verdade? Ou só mais uma forma de alimentar o autojulgamento?
Nessa dose de autoconhecimento e autenticidade, vamos falar sobre o abismo disfarçado de incentivo: a comparação. E como transformar isso em um movimento de reconexão com seu próprio caminho.
🧠 Inspiração ou Prisão Invisível?

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A comparação é uma faca de dois gumes. Pode nos lembrar que somos capazes — mas também pode nos fazer sentir constantemente insuficientes. E o ponto chave é: a comparação desconectada do autoconhecimento nos rouba a alegria de viver a nossa própria história.
Na psicologia existencial, é comum o conceito de “autenticidade existencial” — a ideia de viver segundo seu próprio significado, não segundo expectativas externas. Quando nos comparamos demais, deixamos de escutar a nós mesmos. Passamos a seguir mapas que não são nossos, tentando atingir metas que não nos pertencem. E o preço disso é alto: ansiedade, frustração, esgotamento emocional.
Um estudo publicado pela Personality and Individual Differences (FARDI et al., 2024) demonstrou que pessoas com alto índice de comparação social tendem a desenvolver mais sintomas de ansiedade, principalmente quando usam as redes sociais como principal fonte de validação externa. Já aquelas que cultivam uma conexão interna mais forte e exercitam a autocompaixão apresentam maior bem-estar e menor reatividade emocional.
Carl Rogers dizia que a pessoa plenamente funcional é aquela que se aceita profundamente — e não aquela que se molda para caber nos padrões dos outros. Quando você se motiva por amor ao que quer viver, sua energia se expande. Mas quando se pressiona por não estar “à altura” de alguém, sua energia se contrai.
A comparação só é saudável quando inspira sem agredir. Quando convida, e não acusa.