💡Você Está Se Autoajudando?

ou Se Autoenganando?

Você já se pegou repetindo frases como “tudo acontece por uma razão” ou “é só pensar positivo que tudo melhora”? Calma, não estamos aqui para criticar o pensamento otimista. Mas tem uma linha tênue entre usar a positividade como ferramenta... e usá-la como muleta.

Na era da autoajuda, é fácil cair no ciclo de soluções prontas, frases de efeito e gurus do Instagram. O problema é quando esses atalhos se tornam formas de evitar os verdadeiros incômodos. Quando, no lugar de transformação, a gente só veste um sorriso e ignora o que pulsa lá dentro.

Nessa dose de autoconhecimento e autenticidade, vamos refletir sobre a fronteira entre se cuidar e se enganar — e descobrir como diferenciar uma mudança real de uma fuga disfarçada de crescimento.

🧠 Autocuidado ou Autoengano: A Armadilha da Positividade Tóxica

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A indústria da autoajuda movimenta bilhões — e não à toa. Todo mundo quer se sentir melhor, resolver dores internas e encontrar sentido. Mas quando as soluções oferecidas são muito rápidas, muito simples ou muito “fofas”, o que era pra ser um caminho de libertação pode virar anestesia emocional. A gente para de sentir, mas também para de crescer.

A psicologia contemporânea tem alertado para o fenômeno da positividade tóxica — aquela ideia de que devemos estar sempre bem, sorrindo, agradecendo e “atraindo coisas boas”, mesmo quando estamos nos despedaçando por dentro. Um estudo recente publicado na Current Psychology (2023) revelou que o excesso de conteúdo motivacional superficial, especialmente nas redes sociais, pode aumentar sintomas de ansiedade, desregulação emocional e até isolamento, justamente porque o indivíduo sente que não “deveria” estar se sentindo mal (LEE et al., 2023).

A abordagem junguiana nos oferece uma bússola diferente. Carl Jung acreditava que a verdadeira transformação não acontece pela eliminação do sofrimento, mas pela integração da sombra — aquela parte de nós que abriga medos, impulsos, raiva, vergonha... tudo aquilo que preferimos esconder, inclusive de nós mesmos. Fingir que isso não existe é como tentar limpar a casa jogando toda a sujeira pra debaixo do tapete: mais cedo ou mais tarde, tropeçamos nela.

E aí entra o ponto central: existe uma diferença entre se ajudar e se esconder. A autoajuda verdadeira não é sobre se livrar da dor, mas sobre atravessá-la com coragem. Não é sobre repetir afirmações vazias no espelho, mas olhar com honestidade para o que está nos segurando. Nem tudo que alivia é cura. Nem tudo que conforta é libertador.

O convite é simples — mas nada fácil: olhar para dentro com sinceridade. Perguntar-se, com carinho, mas sem piedade: isso aqui é cuidado ou fuga? Esse mantra me aproxima de mim... ou me distancia da minha verdade?

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