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💡 Você Está Confundindo Estabilidade com...
Estagnação?

Talvez você esteja em um trabalho seguro, numa rotina aparentemente tranquila, com relações previsíveis e uma sensação de que “está tudo bem”. Mas, ao mesmo tempo, algo dentro de você se inquieta. Uma voz silenciosa sussurra que a calmaria pode estar encobrindo um mar de estagnação.
Será que você está, de fato, estável? Ou está apenas paralisado por medo de mexer onde parece “funcionar”?
Essa é uma das confusões mais comuns da vida adulta: chamar de estabilidade o que, na verdade, é acomodação disfarçada de maturidade. E o preço disso pode ser alto — frustração silenciosa, apatia emocional, perda de brilho.
Nessa dose de autoconhecimento e autenticidade, vamos falar sobre como identificar se a sua estabilidade está te sustentando ou te estagnando — e como começar a diferenciar conforto saudável de paralisia existencial.
🧠Estabilidade: Raiz ou Âncora?

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Na psicologia junguiana, o processo de individuação envolve atravessar a vida como um caminho de transformação contínua, em que crescimento significa deixar morrer versões ultrapassadas de si mesmo. Mas a mente humana, naturalmente avessa à mudança, tende a associar segurança à repetição. Preferimos o que já conhecemos — mesmo que isso nos adoeça aos poucos.
A questão é que a estabilidade verdadeira não é a ausência de movimento, mas um eixo interno firme que permite atravessar as mudanças com integridade. Já a estagnação é o congelamento das possibilidades. É quando a rotina vira prisão e o medo de perder o controle sufoca qualquer impulso de renovação.
Segundo um estudo da Psychological Review (2024), pessoas que mantêm padrões fixos de comportamento por mais de 3 anos sem revisão interna tendem a desenvolver quadros de insatisfação emocional crônica — mesmo que suas condições externas sejam aparentemente estáveis (DAVIS et al., 2024). Isso mostra que não basta a vida “estar funcionando” se a alma não está evoluindo.
Jung dizia que “a vida não vivida é uma doença da alma”. E talvez seja exatamente isso que você esteja sentindo — um incômodo sutil de não estar em crise, mas também não estar vivo. Porque viver de verdade envolve algum risco, movimento e ousadia. Estabilidade sem presença vira anestesia. Estagnação com conforto vira ilusão.