Reflexo Imperfeito:

Como Parar de se Autocriticar Tanto

Salão das Duas Verdades: local para onde a alma vai após a morte, a fim de ter seu coração julgado em uma balança. Se o coração for mais leve que a pena da deusa Ma’at, deusa da verdade, a alma poderá passar para o próximo julgamento em direção à vida após a morte. Caso o coração seja mais pesado, a alma será devorada por Ammit.

Existe uma conversa que nunca cessa em nossa vida. Um fenômeno inerente a qualquer ser humano. Uma voz que nos acompanha do amanhecer ao crepúsculo e, não raro, nos assalta no silêncio da madrugada. Não falo da voz da consciência que nos orienta para a virtude, mas daquela outra voz, a do carrasco, que cataloga impiedosamente cada tropeço, cada hesitação, cada suposta falha.

É com o eco dessa voz que nos postamos diante do espelho. E o que vemos? Não um rosto, mas um réu. A imagem de quem nós somos frequentemente se desfaz, dando lugar a um veredito implacável, proferido por um tribunal que nós mesmos instauramos. Sigmund Freud deu um nome a este carrasco interno: o Superego, o juiz que internaliza as críticas do mundo e as volta contra nós, fazendo com que sejamos, paradoxalmente, a acusação, a defesa, o júri e o condenado.

A autocrítica floresce neste abismo, que o psicólogo humanista Carl Rogers chamou de "incongruência": o vão trágico entre quem somos (nosso eu-real), com todas as nossas imperfeições defeitos e qualidades, e a miragem de quem acreditamos que deveríamos ser (nosso eu-ideal), aquele ser perfeito que nunca erra, é forte, todo poderoso e completamente irreal. É um campo de batalha onde o nosso ideal, essa construção fantasmagórica que nos coloca como seres perfeitos que jamais podem errar, massacra quem nós somos de verdade, a nossa humanidade pulsante e imperfeita.

Cada autocrítica é devastadora como uma chicotada interior! Mas, diferente do que lemos na internet afora, isso, na grande maioria dos casos, não é um sinal de defeito! É falta de Autoconhecimento. É um grito de socorro da nossa autenticidade, um lamento silencioso que denuncia: "Estou me perdendo de mim".

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