Quem nunca deixou para amanhã algo que poderia fazer hoje? Às vezes é uma tarefa simples, às vezes é um grande projeto. Mas o que acontece quando o hábito de adiar não se restringe a compromissos, e começa a invadir nossa forma de viver?

Já parou para pensar se, ao procrastinar, você não está apenas evitando tarefas, mas adiando a sua própria vida? Quantos sonhos, relações e experiências você empurrou para depois, esperando “o momento certo” que nunca chega?

Nessa dose de autoconhecimento e autenticidade, vamos refletir sobre como a procrastinação pode ser, no fundo, um sintoma existencial: o medo de viver plenamente.

🧠 O Peso do Adiamento

A procrastinação é frequentemente tratada como preguiça ou falta de disciplina. Mas, sob um olhar mais profundo, ela é um fenômeno psíquico e existencial. Jung dizia que aquilo que evitamos retorna como sombra: cada tarefa adiada pode simbolizar uma parte da vida que não estamos prontos para encarar.

Pesquisas recentes confirmam essa ligação. Um estudo publicado no Journal of Behavioral Medicine mostrou que a procrastinação crônica está associada a maior estresse, sintomas depressivos e pior saúde física (Sirois, 2016). Não é apenas o atraso em si, mas o peso emocional do adiamento que compromete a qualidade de vida.

Na filosofia existencial, Sartre falava sobre a “fuga da liberdade”: o ser humano teme escolher, porque cada escolha carrega responsabilidade. Procrastinar, nesse sentido, é suspender a vida, evitar o confronto com o que realmente importa.

Não somos livres para evitar responsabilidades, mas somos livres para escolher nossa atitude diante delas e, muitas vezes, quais responsabilidades carregaremos. A procrastinação é a recusa desse espaço de liberdade e cada “amanhã” que inventamos é, na verdade, um hoje desperdiçado.

Ser livre, paradoxialmente, é estar preso à responsabilidade da vida.

🔋Informação Valiosa e Prática – Dê Nome ao Que Você Evita:

Você leu só o começo… mas o melhor da Psicodrops começa agora.