Quantas vezes você já sentiu que precisava “melhorar”, “evoluir” ou “curar” algo dentro de si... mas sem saber exatamente o quê?

Vivemos cercados por discursos que vendem a ideia de que há algo errado conosco o tempo todo — que precisamos curar a criança interior, desbloquear o chacra do propósito, eliminar as crenças limitantes e se tornar uma versão 2.0 de si mesmo.
Mas e se, em vez de precisar se consertar, você só estivesse tentando caber em expectativas que nunca foram suas?

E se aquilo que você vê como “defeito” for, na verdade, parte de quem você é?

Nessa dose de autoconhecimento e autenticidade, vamos refletir sobre a cultura da autossabotagem disfarçada de evolução — e por que o caminho da transformação real começa com acolhimento e não com correção.

🧠 Curar ou Corrigir? A Diferença Está na Intenção

O psicólogo Carl Jung dizia que “aquilo que resistimos, persiste”. Quando tentamos mudar algo dentro de nós por rejeição, ao invés de compreensão, criamos ainda mais conflito interno.
É como tentar arrancar uma flor pela raiz por ela não estar crescendo "rápido o suficiente".

Grande parte do sofrimento moderno não vem daquilo que somos, mas da ideia de que deveríamos ser algo diferente.
Essa pressão constante por melhora pode criar o efeito oposto: quanto mais tentamos consertar o que não está quebrado, mais reforçamos a sensação de inadequação.

Segundo um artigo publicado na Psychological Inquiry (HARRIS et al., 2023), a busca obsessiva por desenvolvimento pessoal, quando motivada por autojulgamento, está associada ao aumento de sintomas de ansiedade, perfeccionismo e sentimento crônico de inferioridade.
Ou seja, buscar ser alguém “melhor” o tempo todo pode, na prática, te afastar ainda mais de quem você é.

A abordagem junguiana nos convida a integrar — e não a consertar.
Traços que consideramos negativos, como a sensibilidade, a raiva ou a insegurança, carregam funções psíquicas fundamentais. Eles são mensagens simbólicas do inconsciente — não erros a serem apagados, mas partes a serem escutadas.

Você não precisa se lapidar até desaparecer.
Talvez o que você esteja chamando de “falha” seja exatamente o que te torna único, sensível e humano.

🔋Ferramentas Para Se Reconhecer (Em Vez de Se Corrigir):