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💡O Que a Sua Criança Interior Diria
Se Você a Ouvisse Hoje?

Sabe aquele cansaço que não tem nome? Aquela sensação de estar sempre devendo algo pra si mesmo, mesmo quando faz tudo certo? Muitas vezes, essa inquietação silenciosa vem de uma parte nossa que foi esquecida — a criança que um dia fomos e que ainda vive aqui dentro, esperando ser ouvida.
Essa criança não desapareceu. Ela só aprendeu a se esconder: atrás de compromissos, cobranças, metas e máscaras sociais. Mas, de tempos em tempos, ela aparece. No choro inesperado. Na vontade de sumir. Ou naquele desejo súbito de voltar no tempo e ser só... você mesmo, sem tanto filtro.
Nessa dose de autoconhecimento e autenticidade, vamos conversar sobre esse reencontro: o que a sua criança interior quer te dizer — e o que pode mudar quando você finalmente escuta.
🧠 A Criança Interior Não é Passado — É Presente Silencioso

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Carl Jung já dizia que “todos carregamos dentro de nós nossa história de vida e, portanto, nossa criança interior”. Essa criança não é um retrato antigo ou uma lembrança empoeirada — ela é uma parte viva e ativa do nosso psiquismo, que continua influenciando como sentimos, reagimos e nos relacionamos.
Mas à medida que crescemos, nos tornamos especialistas em silenciar essa voz. Aprendemos que “sentir demais” é fraqueza. Que “brincar” é perda de tempo. Que “ser espontâneo” é imprudente. Assim, vamos vestindo armaduras: da produtividade, do controle, da razão. Só que por trás dessas defesas, muitas vezes vive alguém que nunca teve a chance de ser acolhido por completo.
Quando essa criança interior é ignorada, ela não desaparece — ela se manifesta em formas que não conseguimos nomear: ansiedade sem causa clara, irritabilidade constante, esgotamento emocional, medo de rejeição ou aquela sensação crônica de que algo está faltando, mesmo quando tudo parece “certo”.
Um estudo recente publicado na Frontiers in Psychology (2023) mostrou que práticas de escuta compassiva e reconexão simbólica com memórias da infância reduzem significativamente sintomas de depressão, ansiedade e autocrítica. Segundo os autores, “validar emocionalmente a criança interior promove maior autorregulação emocional, autoestima e senso de valor pessoal” (SUH et al., 2023). Em outras palavras: quando você ouve, cuida e conversa com essa parte esquecida de si, você cura dores que não sabia de onde vinham.
Na psicologia junguiana, essa reconexão é um pilar do processo de individuação. É o momento em que deixamos de viver como se fôssemos apenas máscaras sociais, e passamos a integrar o que foi abandonado — não para viver no passado, mas para liberar o futuro de repetições inconscientes.
Ouvir sua criança interior não é fraqueza, não é regressão — é coragem emocional. É permitir que a sua parte mais sensível, criativa e intuitiva tenha um espaço de escuta no agora. Porque, no fundo, é ela quem sabe o caminho de volta para casa.