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📦 Emoções Reprimidas Não Somem:

Elas Viram Sintomas

Você já tentou engolir o choro para "não ser dramático"? Já sorriu quando tudo o que queria era gritar? Já respondeu “tá tudo bem” com o peito implodindo por dentro?

A gente aprendeu cedo que expressar certas emoções é sinal de fraqueza. Que raiva é feio, que tristeza é incômodo, que medo é coisa de quem não está pronto. Então vamos silenciando o que sentimos, colocando cada emoção “inadequada” numa caixinha imaginária com a esperança de que, um dia, ela desapareça.

Mas emoções não são descartáveis. E muito menos inofensivas quando ignoradas.

Nessa dose de autoconhecimento e autenticidade, vamos explorar o que acontece quando reprimimos emoções em nome da funcionalidade — e por que negar o que sentimos pode estar adoecendo nosso corpo, nossa mente e nossos relacionamentos.

🧠 O Corpo Fala o Que a Alma Cala

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A psicologia moderna e a neurociência afetiva já confirmaram o que os antigos intuíram: sentimentos reprimidos não evaporam — eles se acumulam. E mais cedo ou mais tarde, o corpo é convocado a carregá-los.

“Até você tornar consciente o inconsciente, ele dirigirá sua vida e você o chamará de destino.”
(JUNG, 1978, p. 31)

Ou seja, aquilo que ignoramos emocionalmente — medos, mágoas, frustrações, raivas antigas — continua operando nos bastidores do comportamento, dos sintomas e até dos padrões de relacionamento. A repressão não é esquecimento. É deslocamento.

E não se trata apenas de um conceito simbólico. Um estudo publicado na Frontiers in Psychology (2023) investigou os efeitos da repressão emocional crônica e encontrou associação direta com aumento nos níveis de cortisol, distúrbios no eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal) e maior risco de doenças autoimunes, dores crônicas e exaustão mental (ZHU et al., 2023).

Ou seja: quando você diz "tá tudo bem" enquanto o corpo grita, quem paga o preço é o sistema imunológico.

Na prática, o que a mente cala, o corpo somatiza:

  • Um aperto no peito sem causa clínica.

  • Uma insônia que chega sempre depois de uma conversa engolida.

  • Uma irritabilidade sem motivo que explode em quem não tem culpa.

  • Uma gastrite, uma crise alérgica, uma dor de cabeça... sempre no dia seguinte àquele em que você “segurou a onda”.

Jung desenvolveu o conceito da sombra — o conjunto de aspectos da nossa personalidade que reprimimos por não se ajustarem à imagem que queremos sustentar diante dos outros (e de nós mesmos). Esses conteúdos não somem: eles se acumulam no inconsciente e exigem reconhecimento. Se não forem integrados, voltam sob a forma de sintomas, impulsos e reações desproporcionais.

Reprimir não é apagar. É armazenar em lugar escuro. E quanto mais escuro o lugar, mais força a emoção precisa fazer para sair.

Negar uma emoção, portanto, não é autocontrole — é autonegligência disfarçada de força. E o resultado é uma existência sobrecarregada por tudo aquilo que você não se permite sentir.

🔋Práticas Para Começar a Processar o Que Você Sente:

  1. Dê Nome às Emoções: Em vez de “estou mal”, experimente: “sinto tristeza”, “sinto raiva”, “estou confuso”. Nomear é o primeiro passo para transformar.

  2. Escreva em Voz Baixa: Faça um diário de emoções. Escrever é uma forma segura de deixar sair o que estava preso.

  3. Pratique a Presença com o Corpo: Observe onde no corpo você sente tensão, calor, dor. Pergunte-se: o que será que estou guardando aqui?

  4. Fale com Quem Pode Escutar: Dividir o que sente com alguém de confiança é um ato de coragem — e de saúde emocional.

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As emoções não expressas nunca morrem. Elas são enterradas vivas e saem depois de piores formas

— Sigmund Freud

📚 Recomendação de Leitura:

Este romance explora os dilemas de um professor de filosofia confrontado com decisões que testam sua noção de liberdade e responsabilidade. A narrativa oferece uma reflexão profunda sobre o que significa ser livre em um mundo repleto de contingências.

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