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💡Autoconhecimento Não é Se Tornar Alguém Melhor...
Mas Sim Quem Você Sempre Foi

Na era dos cursos de alta performance, livros de produtividade e rotinas matinais de CEOs, é fácil acreditar que o autoconhecimento serve para “melhorar”. Ser mais produtivo, mais focado, mais magnético, mais... qualquer coisa que ainda não somos.
Mas e se a ideia de “melhorar” estiver nos afastando do que realmente importa?
E se, ao invés de buscar ser alguém melhor, o verdadeiro autoconhecimento fosse sobre lembrar quem você realmente é, antes das comparações, cobranças e filtros?
Afinal, quando estudamos a fundo as obras de Jung entendemos que tornar-se consciente de si mesmo é um ato de desnudamento, não de adição. E isso muda tudo.
Nessa dose de autoconhecimento e autenticidade, vamos falar sobre por que o caminho não é para frente nem para cima — é pra dentro.
🧠 Autoconhecimento Não é Upgrade. É Reconexão.

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Quando você pensa em autoconhecimento, o que te vem à mente? Melhorar seus hábitos? Ser mais produtivo? Superar traumas e se tornar alguém “resolvido”?
A verdade é que essa ideia de "melhoria pessoal" que lota as prateleiras de livrarias pode ser sedutora — mas também enganosa. Porque ela parte do pressuposto de que você, do jeito que é agora, não serve.
Carl Jung nos ensina que o processo de individuação — o verdadeiro autoconhecimento — não é sobre se aperfeiçoar, mas sobre integrar. Enxergar suas contradições, acolher sua sombra, dar voz às partes que você escondeu pra se encaixar.
Um estudo publicado em 2023 pela Frontiers in Psychology reforça essa visão: quanto mais buscamos um “eu idealizado”, mais nos afastamos da autenticidade — e isso está diretamente ligado a níveis mais altos de ansiedade, baixa autoestima e sensação de desconexão interna (Chen et al., 2023). A busca pelo “melhor eu” muitas vezes é só um novo nome para a rejeição de quem já somos.
Autoconhecimento, então, não é uma escada. É um espelho.
E um espelho sincero: ele mostra o que é, não o que seria mais bonito de ver.
Na prática? Significa que você não precisa se “construir” — precisa se olhar. Precisa integrar as máscaras, os personagens, os papéis. Voltar pro núcleo, para sua essência. Para a versão mais honesta, mais imperfeita e mais inteira de você mesmo. A versão verdadeira… e não é ilusoriamente perfeita.
🛠️ Ferramentas para Voltar a Ser Quem Você Sempre Foi:
Pratique o “desempenho zero”:
Escolha um momento do dia onde você não precisa agradar, impressionar ou render. Seja só você, com você.Questione o “eu ideal”:
Faça uma lista das qualidades que você acha que “deveria ter” para ser melhor. Depois, pergunte: “quem disse isso?” e “isso vem de mim ou de fora?”Faça um resgate simbólico:
Volte a fazer algo que você amava quando era criança. Não pelo resultado — mas porque ali mora a sua essência.Permita-se ser contraditório:
Você pode ser doce e firme. Medroso e corajoso. Confuso e sábio. Autoconhecimento não é coerência — é completude.
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A coisa mais difícil do mundo é ser você mesmo — e não se perder no que os outros esperam
📚 Recomendação de Leitura:
Simples, simbólico e profundamente tocante, esse livro é um lembrete poético de que a busca por algo fora de nós muitas vezes esconde o que já está dentro. Um convite para parar de correr atrás de “melhorias” e começar a reconhecer o que já é inteiro, mesmo imperfeito.