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💡Autenticidade ou Performance:
Você está sendo você ou só tentando agradar?

Você já se pegou sorrindo quando queria chorar? Respondendo “tudo bem” quando estava em pedaços? Ou dizendo “sim” só pra evitar alguma situação ou sentimento?
A verdade é que a gente aprende cedo a se moldar: à família, aos colegas, ao algoritmo. Viramos especialistas em agradar, disfarçar, ajustar — tudo pra caber em moldes que nem fomos nós que criamos.
Mas chega um momento em que a conta vem. E não é só emocional: vem em forma de esgotamento, sensação de vazio e aquela inquietação sutil que sussurra: “essa pessoa aqui não sou eu.”
Nessa dose de autoconhecimento e autenticidade, vamos refletir sobre o que nos afasta da nossa essência e por que é tão difícil ser só… você mesmo.
🧠 Autenticidade: O Ato de Existir Sem Apresentação

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Autenticidade é uma palavra que todo mundo ama dizer, mas poucos conseguem sustentar. E com razão: ser autêntico é perigoso. Significa tirar a maquiagem emocional, arriscar ser rejeitado, se mostrar inteiro — e não apenas apresentável.
A filósofa existencialista Simone de Beauvoir trouxe a ideia de que o homem é livre, mas está condenado a disfarçar sua liberdade. Ou seja: a liberdade de ser quem se é exige responsabilidade, e muitas vezes a gente escolhe performar papéis mais aceitos socialmente — ainda que isso custe a conexão com quem realmente somos.
Um estudo publicado na Journal of Personality and Social Psychology (Kifer et al., 2013) mostrou que, quanto mais sentimos que estamos vivendo de forma coerente com nossos valores internos, maior é a sensação de bem-estar, autoestima e clareza existencial. Por outro lado, quanto mais performamos papéis que não nos representam (mesmo que socialmente validados), maior é a incidência de ansiedade, cansaço psicológico e sensação de vazio.
É aqui que mora o paradoxo: a performance pode até proteger temporariamente, mas a autenticidade liberta.
Só que liberdade assusta. Ser quem se é exige coragem pra decepcionar quem esperava outra coisa. E a gente foi treinado a temer a decepção do outro mais do que o abandono de si mesmo.
Mas chega um momento em que o preço de agradar todos é alto demais. Porque agradar o mundo inteiro, mas se perder de si... não vale a pena.
Autenticidade não é sobre dizer tudo o que pensa ou rejeitar o social. É sobre manter o fio interno firme o suficiente para não se perder de si enquanto navega entre as expectativas externas. É lembrar que você pode ser gentil, mas não agradador compulsivo. Flexível, mas não invisível. E que, às vezes, o maior ato de amor próprio é dizer: “desculpa, mas esse não sou eu.”
🔋 Ferramentas para Escolher a Autenticidade:
Crie pausas antes de responder:
Dê-se 3 segundos para pensar: estou dizendo isso porque é verdade ou porque é o que esperam de mim?Observe padrões de autoanulação:
Quantas vezes por dia você abre mão de si pra evitar conflito ou parecer legal?Escreva o que é inegociável pra você:
Seus valores, seus limites, seus desejos reais. Eles são sua âncora.Pratique a presença desconfortável:
Ficar em silêncio em vez de agradar. Não rir de uma piada que te ofende. Dizer “preciso pensar”. Autenticidade começa em pequenos gestos.
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É melhor ser odiado pelo que se é do que amado pelo que não se é
📚 Recomendação de Leitura:
Um guia acolhedor e leve, voltado para quem está cansado de tentar agradar o mundo inteiro e quer aprender a ser mais verdadeiro consigo. Com linguagem simples, a autora mostra como pequenas atitudes diárias podem ajudar você a resgatar sua autenticidade e viver com mais integridade emocional.