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đ A Falta Que VoceÌ Sente:
Pode NaÌo Ser de AlgueÌm... Mas de Si Mesmo

Tem dias em que bate uma saudade que nĂŁo tem nome. Um vazio que nĂŁo tem rosto. VocĂȘ sente falta de algo, mas nĂŁo sabe exatamente do quĂȘ. E talvez atĂ© ache que estĂĄ com saudade de alguĂ©m â de um ex, de um amigo distante, de uma antiga versĂŁo da sua vida. Mas e se, no fundo, essa falta nĂŁo for de alguĂ©m externo⊠e sim de vocĂȘ mesmo?
E se o que estĂĄ doendo for a distĂąncia que cresceu entre vocĂȘ e a sua prĂłpria essĂȘncia? Entre o que vocĂȘ vive hoje e o que sua alma gostaria de viver?
Nessa dose de autoconhecimento e autenticidade, vamos falar sobre o tipo mais silencioso de saudade: aquela que nĂŁo vem de fora, mas do quanto vocĂȘ tem se abandonado por dentro.
đ§ A Saudade de Si: Um Chamado da Alma

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A ausĂȘncia de si mesmo Ă© um tipo de solidĂŁo que nenhuma companhia externa consegue preencher.
Ă quando vocĂȘ estĂĄ cercado de gente, mas ainda assim se sente sozinho.
Ă quando tudo parece bem na aparĂȘncia, mas por dentro algo nĂŁo encaixa.
Ă quando a vida anda, mas vocĂȘ nĂŁo se sente andando junto com ela.
A psicologia junguiana nos convida a olhar para isso como um chamado simbĂłlico do self. Jung entendia que a alma envia sinais â desconfortos, sintomas, sonhos, vazios â como tentativas de reconexĂŁo com o nĂșcleo mais profundo da nossa existĂȘncia. Sentir âfaltaâ sem um objeto definido Ă© um desses sinais.
Um estudo recente publicado no Journal of Humanistic Psychology (2024) investigou o impacto da desconexĂŁo identitĂĄria no bem-estar emocional. Os pesquisadores concluĂram que quanto maior a distĂąncia entre a vida vivida e a vida desejada (baseada em valores e autenticidade), maior a incidĂȘncia de melancolia, apatia e sensação de deslocamento existencial (MURPHY et al., 2024). NĂŁo estamos tristes apenas pelo que nos falta â mas pelo que deixamos de ser.
E essa distĂąncia nem sempre acontece de uma vez. Ela vai crescendo aos poucos: quando dizemos "sim" para o que nĂŁo queremos, quando silenciamos nossos desejos legĂtimos, quando priorizamos o externo e deixamos de escutar o interno. AtĂ© que um dia, olhamos no espelho⊠e sentimos saudade do nosso prĂłprio reflexo.
Mas essa saudade tambĂ©m pode ser um portal. Ela Ă© o lembrete mais bonito de que ainda hĂĄ algo em vocĂȘ que quer voltar. Que nĂŁo desistiu. Que ainda te chama.